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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

EXPRESSO - 10 DE AGOSTO DE 2016



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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Cristina Peres
Por Cristina Peres
Jornalista de Internacional
 
10 de Agosto de 2016
 
E o Funchal continua a arder...
 
Tentar controlar as chamas no Funchal tem sido uma grande aflição praticamente impossível. Continente e Açores enviaram contingentes e meios em auxílio das equipas locais que não têm mãos medir desde que, pelas 18h de ontem, os ventos fortes mudaram de direção empurrando as chamas das zonas mais elevadas do concelho para o centro histórico da capital. Centenas de casas perdidas, centenas de operacionais tentam ajudar as centenas de pessoas obrigadas a abandonarem as suas casas, dois hospitais tiveram de ser evacuados. Ontem à noite já tinha sido detido um suspeito por fogo posto, um indivíduo de 24 anos com antecedentes criminais por atividade semelhante. Três mortos, um desaparecido, dois feridos graves, mais de 100 ligeiros, mil desalojados. Este é o balanço da devastação pelas chamas na pérola do Atlântico.

Os incêndios devoram hectares em todo o país e tomam conta das manchetes. Já foram acionados planos de emergência regional na Madeira, onde se registam as temperaturas mais altas dos últimos 40 anos e o vento não dá sinais de abrandar. As imagens de bombeiros desfeitos pelo combate às chamas, exaustos pela luta continuada dão uma ideia da dimensão dos fogos também em Portugal continental que, desde ontem, são visíveis a partir do espaço, como escreve o Económico. Não há um distrito sem fogo, há 3287 operacionais em ação em mais de uma centena de focos de incêndio apoiados por 1047 meios terrestres e 23 aéreos. Veja aqui uma fotogaleria.

O Expresso Diário perguntouPorque arde Portugal?” e o presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil e o presidente da Liga dos Bombeiros partilharam connosco as suas reflexões. Parece evidente que não é possível criar um dispositivo para o anormal. O Expresso revela que já foram detidos mais de 30 incendiários desde o início do ano e quase parece que este episódio de verão se repete com tal insistência que é como se olhássemos para os noticiários de anos anteriores.

António Costa recebeu duras críticas até ontem, dia em que declarou querer inteirar-se “de viva voz” do que se está a passar, como aqui pode ler. A deslocação à Proteção Civil não constava da agenda do primeiro-ministro que, na noite de ontem adiantou que o Governo fez um pré-alerta para acionar os mecanismos europeus de Proteção Civil e do acordo bilateral com a Federação Russa, “caso até ao dia 15 de agosto seja necessário acionar esses meios”, reporta o DN. Proteção Civil e Governo sublinharam que nos próximos dias serão de “ventos fortes”, o que pode contribuir para manter o cenário de calamidade. António Costa anunciou para breve a execução de uma reforma da floresta.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
Dilma Rousseff passa hoje de suspensa a ré
. Assim o deliberou o Senado ao longo das últimas 20 horas por 59 votos contra 21. Isto apesar de os seus próprios serviços jurídicos concordarem que a Presidente suspensa não cometeu crime de desorçamentação. Para ser votada culpada, Dilma terá de ter o voto de 2/3 ou 54 senadores, o que só acontecerá no final de agosto, princípio de setembro, quando acabar o julgamento. Leia os pormenores no Estadão.

Verão e mau tempo. Está longe de ser a primeira vez que, nos meses de férias, os fenómenos climáticos matam e deixam pessoas desalojadas, destroem cidades e devastam culturas. A capital da Macedónia foi a vítima do passado fim de semana. As autoridades apelam à ajuda para fazer frente à destruição causada pela “bomba de água” que se abateu sobre a capital. Skopje foi apanhada de supresa pela maior tromba de água dos últimos 50 anos, que matou pelo menos 21 pessoas, número que poderá aumentar, e fez colapsar o pavimento nalgumas ruas. Leia aqui a reportagem do New York Times.

É também hoje que se faz o balanço do encontro de ontem entre Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdoğan. Desde novembro passado, mês em que a força aérea turca abateu um caça russo Su-24, que se instalara o gelo nas relações entre a Rússia e a Turquia. Numa manobra de aproximação após a tentativa de golpe em Ancara, Erdogan encontrou-se com Putin em S. Petersburgo numa cimeira de desanuviamento e chamou-lhe “meu caro amigo”. Combinaram que as relações económicas entre os dois Estados voltarão ao clima pré-novembro e que vão atirar os “equívocos” para trás das costas: Putin levanta o embargo aos produtos turcos e Erdogan prometeu negócios com o gás natural e nuclear russos. Está tudo dito quando se lê a declaração de Putin relativamente à tentativa de deposição de Erdogan: “A nossa posição de princípio é opormo-nos categoricamente a qualquer atividade anti-constitucional. Quero expressar a esperança de que, sob a sua liderança, o povo turco tratará disso e a justiça e a legalidade prevalecerão”. Entretanto na Turquia… a direção dos assuntos religiosos despediu 2.560 empregados no âmbito da tal purga, que não para.

Donald Trump está na mira dos opositores: quando faltam 91 dias para as eleições, 50 figuras republicanas proeminentes da área da segurança nacional, muitos dos quais foram conselheiros de George W. Bush, assinaram uma carta onde declaram que a Trump faltam “o carácter, valores e experiência” para ser Presidente dos Estados Unidos e que ele “poria em risco a segurança e o bem-estar nacional do nosso país”, como escreve aqui o New York Times. A senadora republicana pelo Maine Susan Collins começava assim a explicar ontem no Washington Post as razões por que não apoia o candidato republicano à Casa Branca: “Donald Trump não reflete os valores históricos republicanos nem a abordagem inclusiva à governação que é vital para ultrapassar as divisões no nosso país”. Trump não se mostra abalado e declara que quer debater com Hillary Clinton. Quer fazer três debates, mas impõe condições. Leia quais aqui na Time. Já para não falar do incitamento à violência que tentou disfarçar de apelo ao voto dos portadores de armas…

Hoje vão ser anunciados os resultados do referendo de 7 de agosto na Tailândia que é suposto reiterar o poder dos generais no poder, garantindo-lhes a saúde do seu modus operandi na “gestão da democracia” local. 61% de votos a favor, revelam os resultados preliminares.

Marcelo Rebelo de Sousa regressa hoje do Brasil. Leia aqui no Expresso Diário quais são os quatro próximos destinos que o Presidente tem agendados para os próximos meses. “Soy loco por ti América” é o que garante o texto que fala do regresso já a seguir em setembro ao Brasil e os planos até ao final do ano que incluem Cuba, Colômbia e México.

Os Jogos Olímpicos só nos têm dado alegrias. Para vibrar de entusiasmo com uma medalha não é preciso perceber muito, mas se ler este texto terá mais hipóteses de entender porque é que a Telma Monteiro ganhou alguns combates e perdeu um. A Alexandra Simões Abreu pediu a Nuno Delgado, medalha de bronze em Sydney, que ajudasse a descodificar a modalidade. Mesmo que esta não seja a sua preferida, vale a pena ficar a saber a história da outra judoca, a medalha de ouro do Rio - Rafaela Silva - contada pelo seu tutor. Dos atletas portugueses que hoje entram em ação destacam-se o Célio Dias (-90kg) no judo; o João Costa no tiro (pistola 50m); o Gustavo Lima na vela (laser); o Nelson Oliveira no contra relógio e, por fim, a seleção de futebol que joga com a Argélia e já tem garantida passagem aos quartos de final. Mas há mais portugueses em prova, na natação, por exemplo. Consulte aqui o calendário do Comité Olímpico português para o dia.

FRASES
“Os incêndios evitam-se reestruturando a floresta”, António Costa, citado pelo DN a propósito do pré-alerta para acionar os meios europeus de combate às chamas

“Esta prática comum de intimidação tem uma incidência específica sobre as mulheres”, Isabel Moreira, deputada do PS ao jornal i queixando-se de ter sido ameaçada por homens

“Um dos problemas da nossa Justiça é ela ser muito desligada do mundo real, muito desligada daquilo que são as necessidades das empresas e das pessoas”, Daniel Proença de Carvalho, citado pelo Negócios

“O Ministério das Finanças reitera o compromisso e empenho no cumprimento rigoroso dos objectivos traçados no Orçamento do Estado"”, Mário Centeno, em comunicado do ministério respondendo às recomendações do Conselho Europeu

O QUE ANDO A LER
Muitos long reads daqueles que deixam suspeitar as entrelinhas deste mundo complexo e obrigam a parar para pensar nestes dias em que vivemos. Aconselho ambiente fresco para ler este artigo da última edição da revista Atlantic que me foi sugerido a propósito destas leituras que aqui “deixamos cair” nos curtos. Tenho a agradecer porque este “Are we any safer”, “Estaremos mais seguros”, que deve ter ocupado muitas, longas, trabalhosas e certamente também amargas horas de investigação a Steven Brill para responder ao lead: “Desde o 11 de setembro, os Estados Unidos gastaram um milhão de milhões na defesa contra a Al-Qaeda e o Daesh, bombas sujas, lobos solitários e ciberataques. Funcionou?”. Brill divide o texto em seis partes (desde “O espírito de 12 de setembro” a “O fim do ‘nunca mais’”) e, referindo-se aos termos em que se discute a segurança nacional nesta campanha para as presidenciais, termina com esta frase: “Que ainda seja matéria de debate em campanha eleitoral 15 anos após os ataques de 11 de setembro [a passagem da segurança interna da prevenção ‘nunca mais’ a uma combinação de prevenção e mitigação e recuperação] prova que, embora se tenham feito alguns progressos, estamos ainda a grande distância de nos ajustarmos política e fisicamente a este novo normal onde, ao contrário da Guerra Fria, não podemos confiar na dissuasão para nos protegermos”.

Como o “tema e a crise” dos refugiados está longe de ter desaparecido, leia esta reportagem sobre Berlim do Handelsblatt (em inglês) escrita a partir do olhar de um jornalista sírio de 42 anos que fugiu de Damasco e vive desde há 15 meses com a mulher e duas filhas na capital alemã.

Sugiro ainda mais duas coisas sérias daquelas que aliam a oportunidade de ouro de rever algum do melhor cinema que se fez em 1975 à frescura das salas de cinema: as reposições de “Barry Lyndon”, de Stanley Kubrick, (veja aqui o thrailer e os horários no Cinema Ideal) e de “Dersu Uzala”, de Akira Kurosawa (veja aqui thrailer e horários no Cinema Nimas e leia o texto do Eurico de Barros sobre o filme). Como já nada destas coisas existem, nem os realizadores nem este cinema, aproveite a raridade de poder ver em grande ecrã uma qualidade de fotografia (para não falar do resto) que não se compadece com a mais indiscutível nitidez dos pequenos smart ou tablets.

Termino o curto sugerindo que o verta num copo alto, encha este de água gelada, junte casca de limão e cubos de gelo a gosto e saboreie enquanto for espreitando a atualidade em www.expresso.pt. Amanhã há mais.


 
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