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quinta-feira, 12 de maio de 2016

EXPRESSO - 12 DE MAIO DE 2016

Já foste, querida

Expresso Curto (expresso@news.impresa.pt)
08:47
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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Miguel Cadete
Por Miguel Cadete
Diretor-Adjunto
 
12 de Maio de 2016
 
Já foste, querida
 
O Brasil não é para principiantes. Nem o seu enrodilhado sistema constitucional. O Congresso Nacional tem perto de 600 membros. São 81 senadores que representam os 26 estados e ainda o Distrito Federal mais os 515 deputados que representam o povo e que fazem parte da Câmara de Deputados. O número de partidos presentes na Câmara ultrapassa a vintena e a Oposição tem mais deputados que o bloco do Governo, até hoje liderado pelo PT. Quem inventou o termo “geringonça” para o Governo de Portugal estava obviamente a brincar. Neste contexto, conseguir consensos, encontrar compromissos, forjar maiorias pode tornar-se muito complicado. A menos que algo mais una todos (ou quase todos) os congressistas.

Já foste, querida? Ainda não. Mas Dilma Rousseff está ferida de morte. A votação da abertura do processo de impeachment para afastar a líder do PT da presidência do Brasil só irá acontecer na manhã de hoje, quinta-feira, e os resultados só serão conhecidos quando em Lisboa já forem 14 horas. Até lá, discute-se.

E cada senador tem direito a 15 minutos – a proposta de diminuir o tempo de cada um para dez minutos, ou mesmo cinco minutos, não foi aceite – o que dá um total de 1255 minutos. Isto é, mais de vinte horas, caso todos estivessem inscritos. E sim, inscreveram-se 71 senadores! Entre eles está Collor de Mello, um ex-Presidente também afastado. Mais de metade dos senadores são alvos da justiça num ou outro processo.

A discussão, e a votação que se seguirá, sucederá já de manhã, quase 24 horas depois do início da sessão. Mas o resultado já é conhecido. O jornal “A Folha de São Paulo” antecipou-se e contactou os senadores um a um, antes da votação. 53 manifestaram-se favoráveis à abertura do processo que conduzirá ao afastamento de Dilma. 21 estão contra. Três não votam e quatro não quiseram pronunciar-se. Como basta uma maioria simples de 41 senadores para o que o processo siga em frente…

Michel Temer, o novo Presidente, ainda que interino, será notificado às 11h da manhã, podendo então constituir governo. O Ministro dos Desportos, devido aos Jogos Olímpicos, deverá ser o único a manter-se.

Dilma Rousseff, que passará a ser a Presidente afastada, conhecerá os resultados uma hora antes, às 14 horas de Lisboa, informou o Senador Romero Jucá: “não há vazio de poder”, acrescentou.

Os resultados não vão contudo surpreender Michel ou Dilma, que se pronunciará de imediato, ainda no Planalto, estando também previsto que publique um vídeo nas redes sociais. Ela já limpou o seu gabinete. Ele já formou a equipa do seu executivo. O filho de José Sarney faz parte. Henrique Meirelles ficará com a pasta das Finanças. Todos eles tomam posse ainda durante a tarde de hoje.

A líder do PT será afastada do cargo por um período máximo de 180 dias, de maneira a que possa ser julgada pelo crime de responsabilidade fiscal de que é acusada. Quer saber o que são “pedaladas fiscais”? Leia aqui. Mas antes perceba por que Dilma foi abandonada por todos, muito antes da votação de hoje neste texto de Plínio Fraga para o Expresso Diário.

Depois da novela do impeachment só falta conhecer o futuro da operação Lava Jato, que espoletou esta crise política, o dos Jogos Olímpicos, que têm início marcado para 5 de agosto, e, já agora, o do Brasil que passa pela maior recessão da sua história.
 
OUTRAS NOTÍCIAS
Novo Banco pode ser nacionalizado
. O primeiro-ministro foi ontem entrevistado na SIC e disse quase sempre a verdade. O Expresso foi verificar os dados que António Costa esgrimiu na conversa com José Gomes Ferreira e concluiu que na sua maioria estavam corretos. Esse trabalho de João Silvestre está aqui.

E o que disse António Costa? Que não se sentia incomodado quando o Presidente da República discordava do Governo, o que sucedeu a propósito da questão do apoio do Estado às escolas privadas. Que Pedro Passos Coelho não teve sentido de Estado ao “diabolizar” os sindicatos, nessa mesma questão. Que alguma esquerda também não entendeu o tema pois a decisão não é sobre a escola privada ou pública mas sim sobre a boa gestão dos dinheiros públicos. Mais disse que não aceita sanções da União Europeia por défice excessivo, quando as políticas que conduziram a este resultado foram, afinal, aprovadas em Bruxelas. Que aceita várias soluções para o Novo Banco, incluindo a sua nacionalização. E que a CGD deve ser capitalizada com dinheiro do Estado, fugindo também aí aos ditames europeus.

Descida do preço dos combustíveis anunciada hoje. O Governo vai cumprir a promessa. Mário Centeno, ministro das Finanças, deve anunciar hoje a descida do preço dos combustíveis. António Costa não confirmou essa informação durante a entrevista à SIC mas acrescentou que “é muito difícil ser ministro das Finanças e é bom deixar aos ministros das Finanças a oportunidade para dar boas notícias”.

Trump sobe nas sondagens. A confortável vantagem de 14 pontos que Hillary Clinton mantinha sobre Donald Trump evaporou-se desde que este último aniquilou os seus rivais do Partido Republicano na corrida à Casa Branca. De acordo com um estudo da Ipsos/Reuters, Clinton conta com 41% das intenções de voto e Trump com 40%. A eleição do Presidente dos Estados Unidos da América não é, porém, resultado de um sufrágio universal mas sim da votação dos membros de um Colégio Eleitoral com representantes de cada estado.

Regulador recomenda legalização da Uber. A Autoridade da Mobilidade e Transportes afirma, no parecer que entregou ao Governo, que é necessário favorecer inovações que permitam maior concorrência e enquadrar novas formas de mobilidade. Está na manchete do “Jornal de Negócios”.

A capa da revista “Visão”, que começou ontem a chegar às bancas, está a contagiar outros títulos da imprensa portuguesa. O texto de Fernanda Câncio em que a ex-namorada de José Sócrates e jornalista do “Diário de Notícias” faz a sua defesa no âmbito da Operação Marquês, é manchete no jornal “i”. “Sócrates ficou perplexo com Fernanda Câncio”. Acrescentando que o ex-primeiro-ministro não terá compreendido o que terá levado Câncio a defender-se na praça pública. Na “Visão”, Fernanda Câncio considera “eticamente reprovável” o comportamento de Sócrates no que respeita à sua relação com o amigo Carlos Santos Silva.

O “Correio da Manhã” vai no mesmo sentido, o do desencontro entre as versões de Câncio e do ex-PM: “ex-namorada desmente versão de Sócrates – arguido disse a juiz que Câncio sabia que ele vivia com dificuldades. Jornalista pensava que ele era rico.”

Woody Allen em Cannes. O último filme do realizador norte-americano inaugurou ontem a 69ª edição do festival de cinema de Cannes. “Café Society”, uma celebração do mito americano, passa-se nos anos 30 e é o 46ª filme de Woody Allen. Mas não está a concurso. Devido aos recentes atentados de Paris e Bruxelas, o aparato policial em Cannes é o maior de sempre.

Itália aprova casamento homossexual. Era, até ontem, o único país da Europa ocidental que não permitia uniões entre pessoas do mesmo sexo. O primeiro-ministro italiano recorreu a uma moção de confiança para aprovar a lei, de forma a evitar o veto da oposição e o peso político da Igreja. “Hoje é um dia de festa porque as leis são feitas para as pessoas e não para as ideologias”, disse.

FRASES
“O Presidente da República é um órgão de soberania. Não é a rainha. Era o que faltava que o Governo se sentisse incomodado”. António Costa, primeiro-ministro de Portugal, em entrevista à SIC

“É preciso acabar quanto antes com as PPP e outros negócios na saúde”. Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda” em entrevista ao “Diário de Notícias”

Derrota do PSD nas autárquicas “não pode nem deve traduzir-se na saída de Passos Coelho”. Teresa Morais, vice do PSD, ao “Público”

“Foi o descontrole da economia que levou o Brasil à maior recessão de nossa história”. Aécio Neves, senador do PSDB-MG

O QUE EU ANDO A LER
Não tenho a certeza de que “Tudo Pelo Poder”, título maquiavélico do último livro saído da pena do meu camarada Rui Cardoso, editor da secção de Internacional do Expresso e diretor do “Courrier”, já tenha chegado às livrarias. Mas eu já sou um feliz contemplado com um exemplar da mais recente obra que conta a história de Portugal, desta vez através das suas traições, conspirações e vinganças.

Não se esperem grandes revelações, que estas mais de 270 páginas (Matéria Prima) estão mais próximas da história-síntese do que da investigação propriamente dita. Apanham o fait divers mas também nunca largam o que realmente importa. Por isso, não vale perder o discurso irónico, a escrita impecável e o saber de experiência feito deste maduro. Quem o conhece, sabe que teve de se conter para apenas citar Brito Camacho já iam decorridas umas infindáveis 14 linhas da introdução: “mudam as moscas, mas a merda é a mesma…”.

De Viriato a Jorge Jesus, do Príncipe Perfeito a Marcelo Caetano, de Afonso de Albuquerque a Mário Soares, todos eles passam pelo aparo certeiro do autor e daí, já se sabe, ninguém sai vivo.

Rui Cardoso não é, está bom de ver, perfeito. Confessa que o amor ao Benfica lhe tolda a visão. E está carregado de razão. Avisado, alerta que entre 1970 e 1974, ele próprio participou na luta contra o regime. E aí escreve algumas das mais bonitas linhas de “Tudo Pelo Poder”.

Por hoje é tudo. Acompanhe toda a informação, atualizada em permanência, no Expresso Online. Às 18 horas, como também é hábito, chega o Expresso Diário.

Tenha um bom dia!
 
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