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terça-feira, 15 de setembro de 2015

OBSERVADOR - 15 DE SETEMBRO DE 2015


360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia Os ministros dos 28 países da UE falharam um acordo sobre como distribuir os mais de 120 mil refugiados que chegaram à Europa, adiando para 8 de outubro uma decisão final. O plano de Juncker de aplicar quotas obrigatórias parece ter passado a voluntário, dando poucas garantias de que o objetivo final seja alcançado.
A Alemanha já reagiu, reafirmando que têm de existir sanções para quem não aceitar as quotas de refugiados. Hoje mantemos aberto um liveblog para acompanhar o que se passa nesta difícil frente europeia.
Quem resolveu entrar na polémica foi o Charlie Hebdo. A capa da última edição está a deixar muito boa gente muito incomodada.
Pelo meio, já há quatro países com fronteiras suspensas, acionando a luz vermelha do Tratado de Schengen. A Rita Cipriano dá-lhe pistas para perceber a importância disto neste útil Explicador.

O Governo brasileiro deu meia volta ao discurso oficial e anunciou uma série de cortes orçamentais, para pôr em ordem as contas do orçamento. Os cortes de 6.000 milhões de euros são distribuídos por várias áreas, acrescentando-se a eles um novo sobre as transações bancárias. A descida do rating do Brasil para "lixo" claramente obrigou Dilma a reagir.

Alexis Tsipras e Evangelos Meimarakis enfrentaram-se num debate intenso, em Atenas. Tsipras garante que não haverá coligação com partidos conservadores, mas as sondagens continuam a dar um empate. Sim, as eleições são já no domingo.
A campanha

Ontem sim, vimos um debate. Catarina Martins jogou ao ataque e acusou António Costa de "fazer como a direita" em temas como a dívida, as pensões, a economia. Costa fez de Passos, lembrando o Syriza, a Europa e as promessas de nacionalização do Bloco. No final, Catarina Martins deixou uma porta aberta: se o PS ceder em três pontos, está de telefone ligado no dia 5 de outubro. Costa não respondeu diretamente - e pelo meio ainda deixou um novo compromisso. A história está toda contada aqui.

Ao mesmo tempo, Paulo Portas dava uma entrevista à RTP, onde se disse pronto a subscrever a tal petição pelos "lesados" do BES - e onde disse que o PS teria nacionalizado o BES. Teria?

Há mais, porque na TVI Ricardo Araújo Pereira lançou o seu "Isto é tudo muito bonito, mas". RAP tinha Jerónimo de Sousa em estúdio, mas a crítica mais mordaz (e bem disposta) foi mesmo direitinha a Passos e para o seu "debate" com "uma senhora de cor-de-rosa".

Um pouco mais tarde, o Prós&Contras que ia discutir o caso Sócrates acabou, sem Sócrates, numa acesa discussão entre Miguel Sousa Tavares e o diretor do Correio da Manhã. Imagina o que foi?

Também ontem, marcou a tarde a ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, ao lado dos socialistas (incluindo dois candidatos presidenciais, uma na fila de trás) procurando desmontar o que diz serem "mitos" da direita. Perda de confiança, diz ela.

Falando em confiança, aqui está o nosso Fact Check de ontem: "Quem trouxe a troika? Quem negociou com ela?" recupera o que disseram Pedro Silva Pereira e Eduardo Catroga e lembra, ponto a ponto, como foi esta história.

Anote já agora dois textos de opinião aqui no Observador: o António Carrapatoso (presidente do nosso Conselho de Administração) anota os seis fatores que podem decidir quem terá mais votos; e o José Manuel Fernandes escreve aos eleitores com mais de 50 anos, falando-lhes do seu futuro.

E para que não fiquem dúvidas, eis a prova de que Joana Amaral Dias não foi a única a despir-se grávida (enfim, excluindo o facto de o fazer em plena campanha eleitoral).

Quanto ao dia de hoje, aqui está o nosso liveblog aberto. Começa com uma declaração de Passos desta noite, para Costa: "Agora já se irritam outra vez com os jornalistas”
Outras novidades da manhã
Hoje começa o ano letivo (um dos arranques mais tardios da Europa, diz o Público), e logo com um estudo de conclusões imprevisíveis: diz a OCDE que Portugal é o país com maior acesso a computadores nas escolas. E acrescenta que nem por isso os resultados são muito melhores.
Hoje também, vai ser entregue uma queixa na provedoria pela reutilização dos manuais escolares.

No Novo Banco, ecoa a manchete do Diário Económico, falando do silêncio do Banco de Portugal sobre o processo de venda. O jornal elenca sete perguntas que ainda não têm resposta, pondo pressão sobre o regulador. Ontem, o presidente da Fosun fez declarações que espelham um arrefecimento do interesse pelo banco.

O que baixou também ontem, com isso, foi a temperatura das ações do BPI e BCP.

Um ligeiro arrefecimento é como os analistas consultados pela Bloomberg veem a economia portuguesa em 2015 e 2016.

Outro dado: sabe quantas pessoas mais declararam rendas nos últimos dois anos? 51%, números do Dinheiro Vivo.

A RTP tem finalmente assinado um contrato de financiamento com quatro bancos (incluindo o Novo Banco). O dinheiro segue em três tranches, uma das quais a longo prazo.

Já agora, anote esta notícia: uma decisão do tribunal europeu refere que as deslocações de casa para o trabalho devem contar para o horário laboral. Mas só para os trabalhadores sem lugar fixo de trabalho. Falámos com uma advogada para perceber o que pode acontecer.

Entretanto, segundo o i,  já há data para o início do julgamento de Manuel Maria Carrilho, por violência doméstica. Em outubro, o mês em que tudo acontece.

Os nossos Especiais
Alerta Vermelho: Corrupção, crime e violência na Rússia do século XXI. Acabado de publicar pela 2020, Alerta Vermelho conta na primeira pessoa a história de Bill Browder. Fundador do maior fundo de investimento da Rússia, foi perseguido pelos poderes judiciais e criminais russos até ser condenado a uma pena de prisão que não cumpriu. Durante o processo, os seus advogados foram perseguidos e um deles acabou por morrer na prisão, num dos casos mais reveladores do peso dos poderes paralelos na Rússia. Aqui está o primeiro capítulo da obra de Browder.

O medo antes de atravessar uma fronteira proibida. A fábrica de tijolos abandonada de Subotica, na Sérvia, é um dos últimos pontos da rota dos refugiados até à Hungria. Antes de partir num carro de contrabandistas, Issam reza para que tudo corra bem. Reportagem do João de Almeida Dias, em Subotica (Sérvia), um dos pontos mais sensíveis da rota dos emigrantes.

Notícias surpreendentes
Agora um teste ousado: vamos descobrir se é um génio? Estas 9 perguntas foram feitas em 1938, no livro “Are You Really a Genius? Timeless Tests For The Irritating Intelligent”. As respostas estão no final do artigo (não vale fazer batota).

Adivinho a pergunta, a caminho do trabalho: "Que horas são?". Mas adivinha quantos anos ela tem? Vá, só perde uns segundos a saber a resposta.
Hoje, que chega o mau tempo, venho com uma sugestão animadora: aqui estão as 10 cores da próxima Primavera. Já faltou mais, certo? (e o bom tempo ainda voltará, para começar a lançar a moda).

Mas claro que há outros prazeres a tirar da vida. Por exemplo: que tal marcar mesa num destes 29 restaurantes, onde (aqui sim) os olhos também comem?

Resta-me desejar-lhe um dia feliz, com um bonito sorriso nos lábios. Quando quiser uma atualização de dados (ou uma boa razão para o sorriso aparecer) é só aparecer por aqui. Como já sabe, vamos estar muito atentos e sempre prontos a reagir.

até já!

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Leia as últimas
 
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ANTÓNIO FONSECA

OBSERVADOR - 15 DE SETEMBRO DE 2015





Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!




Nas próximas três semanas é natural que o Macroscópio visite várias
vezes a campanha eleitoral. É uma eleição importante e muito disputada,
há opções cruciais que estão em jogo e continua a ser elevado o número
de indecisos. Mas não quero ficar preso às andanças dos líderes e aos
casos que vão fazendo o dia-a-dia, pelo que aqui continuarão a ser
tratados outros temos. Hoje trazemos dois, ambos repetentes no
Macroscópio: a eleição de Jeremy Corbyn e a crise dos refugiados.



A eleição de Corbyn só terá surpreendido quem não seguiu as sondagens. O
que surpreendeu e continua a surpreender é o facto de os trabalhistas
ingleses terem eleito o líder mais à esquerda das últimas décadas –
porventura de toda a sua história. Duvidam? Então leiam este pequeno apanhado das suas propostas,
nomeadamente a ideia de que o Reino Unido deve abandonar a
NATO e desmarcar-se de qualquer país que promovesse ataques aéreos
contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria (para uma visão mais
alargada, leiam “Este homem vai pintar o Partido Trabalhista de vermelho”).



Duas notas sobre a sua vitória na imprensa portuguesa. Uma de uma Teresa de Sousa preocupada, no Público – “O
destino do Labour é mais um sério aviso sobre o que se está a passar na
paisagem política europeia, com a emergência de forças de natureza
populista ou extremista, à direita e à esquerda, que desafiam cada vez
mais o establishment político europeu num sentido que pode acabar por
ser fatal. Corbyn é a última confirmação de que a social-democracia
europeia ainda não conseguiu encontrar um caminho suficientemente
distinto do centro-direita
”. Outra quase entusiasmada de Ana Sá Lopes, no jornal I – “Para
o bem ou para o mal, Corbyn ganhou porque apresentou uma agenda
radicalmente diferente da da esquerda mole que, na Europa, é
praticamente indistinta da dos conservadores e dos liberais. Não sabemos
como acaba o filme (as últimas esperanças da esquerda, de Hollande a
Alexis Tsipras, revelaram-se rotundos fracassos), mas pelo menos sabemos
que, so far, Corbyn agita as águas paradas dos socialistas europeus
bem-comportados
.”



Entretanto, enquanto uma parte do PS ficava embaraçada, e outra festejava,
na imprensa inglesa, mesmo na tradicionalmente próxima dos
trabalhistas, como o Guardian, não se nota muito entusiasmo, bem pelo
contrário. O editorial do Financial chama-lhe Labour’s disastrous choice e o colunista Philip Stephens acha que esta vitória tornou mais provável uma saída do Reino Unido da União Europeia: Corbyn win tilts balance towards Brexit. De facto, “During
more than 30 years as a backbench MP, the new Labour leader has been a
consistent opponent of EU membership. Brussels, in the eyes of many on
the far left, is the agent of international capitalism — the cheerleader
for a globalisation that has made the very rich richer while heaping
austerity on to the poor
.”



No mesmo sentido se pronuncia o Wall Street Journal em British Labour’s Radical Turn, mas com preocupação, até quando compara a actual situação com a do início dos anos 80 do século passado: “And
unlike the early 1980s, when Labour last elected a similarly radical
leader, the economic and ideological trends are far less friendly to the
West. Mediocre economic growth brought about by bad economic ideas has a
way of making bad ideas more popular, not less. This is the lesson of
20th-century Argentina and 21st-century Greece.
” No mesmo jornal, o comentador de assuntos europeus, Simon Nixon, nota que Election of Jeremy Corbyn as Labour Leader Sets Up British Politics for Bigger Divisions.
Isso acontece porque sublinha as diferenças existentes no seio da
própria esquerda europeia (sendo que a direita também enfrenta
divisões):

Across Europe, politicians and voters are struggling to formulate
responses to what economist André Sapir of the University of Brussels
calls The Great Transformation: the challenges to European societies
presented by globalization, technology and aging societies. Just as the
Great Transformation has split the European left between those who
accept the logic of market-based capitalism and those who regard
globalization as a neo-liberal plot to undermine hard-won social
protections for the benefit of a small, capitalist elite, so it is
causing divisions on the right, too.








Sobre o outro grande tema que continua a dominar a actualidade europeia,
a crise dos refugiados, é inevitável começar pela Alemanha e, aí,
procurar perceber o que se está a passar. Tenho por isso de começar pela
edição internacional da Spiegel, onde há um conjunto de artigos
interessantes:


  • Welcoming the Refugees: Has Germany Really Changed?,
    um ensaio de Juan Moreno, ele mesmo filho de emigrantes vindos da
    Andalusia. É um testemunho ao mesmo tempo pessoal e jornalístico (ele é
    jornalista na Spiegel) e que termina de uma forma que tanto pode deixar
    os alemães tranquilos como inquietos: “What really gives me hope is
    one single number: Over 30 percent of people in Germany under the age of
    15 have immigration backgrounds. When they get married in 20 years, it
    is theoretically possible that half of the people living in the country
    won't be so-called "biological Germans." That, and only that, makes me
    believe that, in the end, my parents may be proven right
    .”
  • 'Memories of Our Continent's Darkest Period',
    uma entrevista com o chanceler austríaco Werner Faymann, onde este fala
    do desapontamento com o que se está a passar na Hungria e avança com a
    polémica ideia de serem criadas sanções para os países do Leste europeu
    que não colaborem no esforço de acolher os refugiados.
  • Germany's Asylum System Struggles to Cope, um texto escrito antes das medidas de controle de fronteiras decididas este fim-de-semana, mas onde já se falava de um “breaking point” e de que o “system is already completely overwhelmed”.
  • Refugees Still Set on Germany Despite Border Controls,
    uma reportagem publicada hoje mesmo em que se dá conta da dificuldade
    em acolher tantos refugiados, falando com eles, se explica porque querem
    chegar e ficar na Alemanha, e só na Alemanha.


Esta situação levou os líderes europeus a falarem de novo do sistema de
Shengen, uma vez que vários países estão a suspender temporariamente os
acordos de livre circulação. Por isso mesmo, no Observador, preparámos
um Explicador oportuno e útil: Espaço Schengen. O que é e o que está em causa. São 13 as questões que tratámos de esclarecer: 1. O que é o espaço Schengen?;  2. Como é que surgiu? 3. Que países é que fazem parte? 4. Quando é que Portugal entrou para o espaço Schengen? 5. Quem é que ficou de fora? 6. Quais são as obrigações dos países que integram o espaço? 7. Sou cidadão de um país que não pertence ao espaço. Posso circular livremente? 8. O controlo de fronteiras pode ser reativado? 9. Até quando? 10. O que é que aconteceu com a Alemanha? 11. É a primeira vez que um país suspende os acordos? 12. O que é que está a acontecer ao espaço Schengen? 13. Quais são os perigos?



Mas para além das questões institucionais e políticas, esta crise
revelou fracturas na Europa diferentes das que, por exemplo, surgiram
durante a crise grega (que não está fechada, não se esqueçam, pois até
teremos novas eleições gerais no próximo domingo). O New York Times
abordou esse problema em Eastern Bloc’s Resistance to Refugees Highlights Europe’s Cultural and Political Divisions. É uma análise onde se sublinha, por exemplo, que “Unlike
countries in Western Europe, which have long histories of accepting
immigrants from diverse cultures, the former Communist states tend to be
highly homogeneous. Poland, for instance, is 98 percent white and 94
percent Catholic
.”



Claro que há outras motivações, algumas bem complexas, como as profundas
diferenças de nível de vida. Por isso recomendo a leitura do artigo de
Uku Särekanno, um estónio que tem aconselhado o Governo do seu país em
Bruxelas, artigo que saiu no Politico: An Estonian recipe for asylum reform. Nele se recordam realidades que a emoção às vezes faz esquecer:

In an economic sense, the only way to reach a level playing field is
to ensure the same quality of life all over Europe. And here the gulf
between rich and poor is huge. Under Estonian law, refugees are entitled
to same social benefits as Estonian citizens, which means that a
refugee in Estonia (the 6th-poorest EU state) will receive €90 per
month. A refugee in Denmark, by comparison, gets €797. A harmonization
of social benefits for refugees is not a political option — none of the
governments in poorer states could explain to their citizens why
third-country nationals should be treated better than their own
citizens.







Já vai longo este Macroscópio (e um pouco tardio), pelo que me fico por
aqui. Ou quase, porque não quero que deixe de ver esta fotogaleria: Refugiados na Europa: onde é que já tínhamos visto isto?
Eles não são, nem foram, fantasmas – são, foram, pessoas como qualquer
um de nós, e isso fica tão, tão evidente nestes imagens...



Encontramo-nos de novo amanhã, tenham bom descanso e boas leituras.

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ANTÓNIO FONSECA

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