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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

OBSERVADOR - 17 DE SETEMBRO DE 2015


360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia

Um sismo violento atingiu a costa do Chile, levando as autoridades a lançar um alerta de tsunami e a evacuar um milhão de pessoas para zonas mais protegidas. O sismo foi sentido até na Argentina - e o alerta de tsunami estendeu-se até à Nova Zelândia. Por tudo isto, o nosso texto está em constante atualização.

Em Washington, houve debate entre republicanos, com Donald Trump a sair por baixo e sem glória. Quem se destacou foi, desta vez, a única mulher na corrida e Bush, Jeb Bush.

A Europa continua perdida no meio da crise dos refugiados: quase dois mil refugiados entraram na Croácia; a Sérvia enviou polícia para a fronteira; a França admitiu já fechar fronteiras; e na Hungria (já saberá) a polícia usou gás lacrimogéneo para afastar refugiados junto à fronteira, levantando críticas até da ONU.
Pelo meio, a Rússia propôs aos EUA "discussões entre militares" sobre a Síria (com estes últimos desconfiados das intenções dos primeiros).

Na Grécia, há um ministro e mentor de Alexis Tsipras que está sob suspeita (no pior dos momentos).

E em Kiev, o F.C. Porto entrou na Liga dos Campeões com um empate e dois enigmas. O Diogo Pombo retrata-os assim: "Mudar para inventar e adormecer para não ganhar". A campanha

O último debate é já daqui a nada: Passos e Costa têm uma última oportunidade para convencer os indecisos, num duelo transmitido em direto pelas três maiores rádios - e registado ao segundo, neste liveblog que abrimos no Observador (e onde eu e a Helena Pereira vamos comentando em direto). Vale a pena ficar ligado, é já às 10h00.
Depois disso, poderá voltar a ler os comentadores que analisaram o primeiro debate, tirando conclusões e comparando com o que antes disseram.

Enquanto não chega a hora, vale a pena ver o que dizem os especialistas: o que é que Passos e Costa devem corrigir? Ou, em alternativa, ouvir o Podcast onde eu e a Helena dizemos o que esperar desta hora e meia de debate.

Costa teve esta noite um aquecimento leve, num debate com Jerónimo de Sousa que, na verdade, só começou ao minuto 40. O cenário de saída do euro foi o momento-chave da discussão, com Jerónimo a levantar uma dúvida sobre o programa do PS a que a Catarina Falcão aqui respondeu.

Falando em debate, nós aqui no Observador tivemos o primeiro de três. Foi um debate sem moderação e com um só tema: qual é o melhor modelo económico. Em estúdio, João Galamba e Diogo Feio.

Se quiser passar os olhos pelo dia de ontem, o registo está aqui. Como está também o Fact Check do dia, dedicado à frase de Catarina Martins: nunca o ano escolar abriu tão tarde. Verdade?

Do Público, vale a pena ler estas cinco razões para ler os programas eleitorais, que são um bom serviço público.

As novidades da manhã
A Autoridade da Concorrência deu luz verde à privatização da TAP, faltando apenas a autorização do regulador da aviação para que o negócio se concretize. A notícia é do Económico.

O apoio à banca custou já 19,5 mil milhões de euros ao Estado português, mais 11% à dívida pública. Os dados vêm de um estudo do BCE, ontem analisado pela Ana Suspiro. E ainda não incluem as consequências da queda do BES.

Uma polémica na tentativa de venda do Novo Banco: diz o Público que a KPMG assessorou as duas empresas chinesas que foram à última fase do concurso, gerando desconfiança no Banco de Portugal também por ter sido consultora do BES e do BES Angola.
Stock da Cunha, por seu lado, já enviou uma mensagem aos seus colaboradores, avisando para o "ano difícil" que está a caminho. O plano de reestruturação vem aí.

Falando na banca, anote que a CGD já devia ter começado a devolver a ajuda que recebeu do Estado em 2014. Lembra-se do que disse Passos Coelho? Pois foi precisamente o BES e as mudanças na economia e regulação que justificaram a revisão dos planos, diz a Caixa.

Uma notícia boa no setor da Saúde: o Governo libertou verbas para investir nos hospitais e nos três IPO, permitindo mais tratamentos (e mais cedo), diz o DN. O link não está ainda disponível.

E uma menos boa, que é contada pelo JN: um estudo feito por três universidades conclui que os emigrantes mais qualificados só tencionam voltar ao país daqui a um tempo. Mesmo assim, 63% têm planos de regresso a médio prazo. Cuidado com um ponto: a notícia fala de dados de 2010 e muito mudou desde aí. Vamos à procura do estudo para lhe explicar melhor.

Volto às boas notícias para lhe dizer que o tempo de verão ainda volta, com data marcada para o fim de semana.

Os nossos Especiais
A Fed está prestes a “bater as asas”. O mundo aguenta? No dia em que o banco central decide se sobe já os juros nos EUA, o Edgar Caetano escreveu-lhe um verdadeiro guia para perceber os medos que a decisão tem levantado e os dados que a Fed tem em cima da mesa. Mas a história começa em Portugal. E passa pelo "efeito borboleta", aquele que diz que um bater de asas no Brasil pode levar a um furacão no Texas.

Devemos obrigar as crianças a comer? Os especialistas respondem. Para uma das dúvidas mais frequentes (e de mais difícil resposta) para os pais, a Leonor Santos foi à procura de respostas com dois nutricionistas e um pediatra. Mário Cordeiro diz, por exemplo, que quem tem fome e alimentos à frente, alimenta-se. E o resto é uma questão de educação. Lendo perceberá porquê (e como deve fazer).

A estatística não é uma 'cena' chata. A propósito dos mais novos, o Pedro Esteves foi conhecer a Pordata Kids, o novo projeto destinado às crianças entre os 8 e os 12 anos. E saiu de lá com uma certeza: os adultos vão adorar. Eis porquê.

Notícias surpreendentes
O que vai sobrar depois do último dos duelos, entre Passos e Costa?
Hipótese número 1: ficará a sensação de que os líderes não são melhores do que atores da Guerra dos Tronos, discutindo desta forma?
Hipótese número 2: ficaremos com a ideia de que estava lá, no estúdio, um homem invisível, tão escondido como este?
Hipótese número 3: a distância entre os dois é tão grande que, seguramente, tudo se resume a um problema de gerações como estas 33 coisas que nos distinguem, por exemplo, da geração de 97;
Hipótese número 4: vamos ficar confortados com a ideia de que (pelo menos) um deles tem na manga uma das 17 equações que mudaram o mundo?
Última hipótese: estaremos entusiasmados com um debate tão vivo como esta incrível jogada, provavelmente a melhor de sempre do Ténis de Mesa.

Uma coisa é certa: o tal botão "não gosto" que o Facebook anunciou não vai servir para este caso. É que, como aqui explicamos, o botão não vai ser como está a pensar.

É assim que me despeço por hoje, com expectativa para o debate, e prometendo contar-lhe tudo ao minuto e à distância de um clique.

Ah! E, muito a propósito, mais logo, pelas 18h00, eu estarei no CCB, a moderar um debate com um painel de luxo, discutindo a velha frase de JFK: "Don't ask what your country can do for you, but what you can do for your country". Passe por lá, para conversarmos. Reserve cadeira aqui, é mais seguro.

Dia feliz,
até já!
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ANTÓNIO FONSECA

OBSERVADOR - 17 DE SETEMBRO DE 2015


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!


Já começou, mesmo que a pouco e pouco. O novo ano lectivo está a arrancar, uma semana mais tarde desta vez, mas sem os problemas que se verificaram há um ano. Como é habitual, vimos o ministro nas televisões, assim como as suas sombras, isto é, Mário Nogueira e os outros dirigentes sindicais. Os debates não foram especialmente instrutivos nem elucidativos, antes muito repetitivos, pelo que, neste Macroscópio, vou optar por me afastar deste ritual mediático que se repete todos os anos. Em vez disso andaremos por terrenos bem diferentes, como verão.

Primeiro, o das recomendações de início do ano. Há-as para todos os gostos, mas talvez a mais original de todas (já irei às outras) seja o Guia para o estudante que acabou de chegar a Lisboa, um trabalho de Tiago Pais no Observador que substitui, com vantagem, os guias que as nossas universidades deviam dar a quem vem estudar para a capital. Organizado em cinco capítulos (I — Acabei de chegar. Por onde começo?; II — Ainda não tenho casa. Devo preocupar-me?; III — Jantares, festas, ressaca, repetir. Mas onde?; IV — O que não posso perder em Lisboa? e V — Os exames estão aí. E que tal estudar (um pouco)?), este guia tanto lhe explica como funcionam os transportes públicos em Lisboa, como lhe diz as boas bibliotecas ou cafés onde estudar é um regalo, como acrescenta as indispensáveis sugestões para noites longas com pouco dinheiro na carteira. Lendo-o ficará a conhecer, por exemplo, cinco tascas lisboetas no eixo Bairro Alto/Cais do Sodré, cinco lugares onde de mesa em conta e onde até corre o risco de encontrar algum jornalista aqui desta casa (o Observador, como os velhos jornais lisboetas, tem sede no Bairro Alto – somos modernos mas há tradições que são tradições, pelo que viemos fazer companhia a “A Bola”, o único que por cá ainda morava).

Mas se este trabalho se dirige aos que chegam a Lisboa, já aquele que a Ana Dias Ferreira desenvolveu - Como escolher a mochila do seu filho – vai ao encontro das preocupações da generalidade dos pais, pois o peso que os miúdos são obrigados a carregar diariamente é tudo menos razoável. De novo estamos perante um texto muito prático: Mochila ou pasta — ganha mesmo a primeira?; Como deve ser a mochila?; Qual é então o peso máximo que uma criança deve transportar?; Com muito peso, as mochilas com rodinhas são uma boa opção?; e Há alguma forma mais correta de arrumar os livros? Os conselhos não são gratuitos e muito menos bitaites, pois o Observador foi falar com o neurocirurgião Paulo Pereira, vice-presidente da Sociedade Portuguesa da Patologia da Coluna Vertebral e coordenador nacional da campanha de sensibilização Olhe Pelas Suas Costas.

Alguns destaques de outros órgãos de informação, seguindo sempre o critério de ir mais para as questões práticas e humanas:
  • O Público recolheu vários testemunhos que reuniu em O regresso às aulas na primeira pessoa, transmitindo perspectivas de pais, alunos, professores e directores escolares. Há quem esteja sobretudo preocupado com as médias (ou com os exames), quem explique o que é ficar colocado muito longe de casa, quem se queixe dos preços absurdos dos materiais escolares ou quem dê conta de como a demografia tem vindo a esvaziar muitas escolas.
  • O Expresso Diário (link para assinantes) abordou um tema que, tendo passado também por outros órgãos de informação, não pode ser ignorado: o papel dos computadores nas escolas. Em Os computadores não salvam a Educação, Isabel Leiria parte de um relatório da OCDE  - “Students, Computers and Learning: Making The Connection” - em que foram analisados 31 países e se chegou à seguinte conclusão: “Em nenhum dos casos onde a maioria dos alunos usa a Internet na escola de forma frequente se registou uma melhoria do desempenho”. Mais: “Regra geral, podemos dizer que a relação entre o recurso a computadores no ensino e o desempenho dos alunos se pode traduzir numa curva com o formato de uma montanha: o uso limitado pode ser melhor do que a interdição total, mas níveis de utilização acima da média da OCDE estão associados a resultados significativamente piores”. O trabalho adianta algumas possíveis explicações, interessantes de ler face à nossa história recente neste domínio.

Aproveito agora o facto de estamos a falar de regresso às aulas para ir até um debate que podia, e devia, estar mais presente na nossa campanha eleitoral: o de saber que grau de autonomia podem ter as escolas; quem pode geri-las, mesmo estando elas integradas na oferta pública; e que grau de liberdade de escolha podem e devem ter os pais. Trata-se de um tema que tem gerado enorme discussão sobretudo no mundo anglo-saxónico, como os sindicatos a defenderem modelos mais centralizados e estatistas, modelos esses que têm sido desafiados não apenas pelos partidos mais à direita, mas também por forças mais à esquerda (como aconteceu com o primeiro responsável pela Educação na Administração Obama).

Sem querer, nem poder, entrar muito neste debate, deixem-me sugerir apenas alguns textos que, reflectindo precisamente experiências dos Estados Unidos e do Reino Unido, abordam uma discussão que, entre nós, ainda é tabu, ou quase.

Um dos exemplos mais citados da transformação radical de um sistema de ensino, passando de um modelo centralizado para um em que as escolas têm autonomia e os pais liberdade de escolha é o de New Orleans depois do furação Katrina, como se esceve na Forbes, Hurricane Katrina Washed Away The Public School System, And New Orleans Built It Back Up With Charter Schools. Os resultados têm sido muito bons, apesar de continuar a haver críticas. Este artigo fornece alguns números: “In 2007, just 23% of students in the Recovery School District, which was designed to transform the worst schools in the state, were scoring at a proficient level on the statewide assessments. Today, that number is 56%. New Orleans also ranks among the top large, urban school districts on graduating Black males, with a rate of 65%, which exceeds both the state and national averages of 59%.” Como também explica, em termos gerais, como funciona este novo sistema, é uma boa fonte de informação.

Uma leitura complementar, encontrada na CNN: New Orleans shows value of school choice. O autor é Bobby Jindal, governador da Luisiana e candidato republicano, que sublinha os bons resultados do novo sistema:
The turnaround since 2005 shows a true Louisiana comeback:
-- Before Katrina, only 54% of students in the city were graduating from high school on timenow 73% are.
-- Before Katrina, the percentage of New Orleans' students on grade level was 35%; now it's 63%.
-- Before Katrina, only 32% of black students in New Orleans were at or above grade level, compared to 40% of black students statewide. Now, 59% of black students were at or above grade level compared to 54% statewide.
-- Before Katrina, 64% of schools were considered failingnow, about 11% are, even though we have raised the bar for what constitutes failure several times since.

Passando dos Estados Unidos para o Reino Unido, onde a reforma educativa esteve no centro da recente campanha eleitoral – até porque foi uma das áreas onde a anterior coligação entre conservadores e liberais inovou mais –, a polémica prossegue, sendo que o novo líder dos trabalhistas quer fazer marcha-atrás e regressar a um sistema de total controle estatal do sistema educativo. Não é ainda claro em que direcção prosseguirá aquilo a que alguns já chamam revolução, como se lê neste artigo de Sebastian Payne na Spectator: The Free Schools revolution marches on — if Cameron holds his nerve. Cameron promete mais 500 escolas deste tipo no seu segundo mandato, uma opção que o secretário da Educação, Nicky Morgan, defende nos seguintes termos: “We know that free schools don’t just give parents greater choice, they also force existing schools to up their game. Today’s news sends a clear message that we are committed to extending this unprecedented level of choice to more parents than ever before.”

Se a perspectiva da Spectator é, como se esperaria naquela revista, claramente favorável a esta evolução, não deixa de ser significativo que na Prospect, uma revista centrista aberta a vários pontos de vista, se escreva sobre The London schools revolution: Something remarkable has happened in the capital's schools. O artigo já tem alguns meses, é bastante mais longo e exaustivo e também sublinha a importância das reformas introduzidas durante os anos de Tony Blair. Nele se conclui que “It seems clear that an experimental culture has developed in London, one in which teachers, schools, governors and local government have been willing to innovate in the hope of improving their schools.” Mesmo sem poder chegar a conclusões sobre o peso dos diferentes factores que mudaram radicalmente o ambiente escolar na capital do Reino Unido, defende-se no artigo que “It is also clear that London’s turnaround would not have happened without a culture of accountability.”

E por aqui termina o Macroscópio de hoje. Longe da campanha, mas perto de problemas que preocupam não apenas a comunidade escolar, mas todos os que desejam um melhor sistema educativo.

Até amanhã, com votos de bom descanso e boas leituras.

 
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ANTÓNIO FONSECA

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