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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 24 DE FEVEREIRO DE 2015

Macroscópio – Ora vamos lá divertir-nos um pouco (e também falar a sério)‏

Macroscópio – Ora vamos lá divertir-nos um pouco (e também falar a sério)

Para: antoniofonseca40@sapo.pt



Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
Depois de alguns dias pesados, o Macroscópio de hoje começa com uma dose de algum divertimento. E não, não é para falarmos dos Óscares. É para falarmos de higiene, ou da falta dela.
 
Ponto de partida: um inquérito realizado por uma empresa de cosméticos chegou à conclusão que quatro em cada cinco mulheres inglesas não toma banho todos os dias. Creio que isso não surpreenderá quem alguma vez na vida fez férias com passagens por balneários de parques de campismo ou camaratas de um hostel, mas aparentemente também não surpreende as inglesas, que hoje tiraram-se de cuidados e escreveram crónica a defender este tipo de hábitos. Encontrei duas no Telegraph - I am a filthy woman - and proud of it: Don't take a shower a day, being grubby is part of a British woman's heritage e I don't change my knickers every day. And what? – e uma no Guardian - So most women don’t wash every day – what’s the big deal? Atenção: estes dois jornais são duas das grandes referências de qualidade de imprensa britânica e, digo-vos, vale a pena conhecer os argumentos. Por exemplo: “I applauded our common sense. If you live in a cold climate, aren’t a fishmonger and do little more arduous of a day than pop to Sainsbury’s, why waste all that water?” Ou: “When it comes to sweat and smells, there is a gender divide. I want to know why Flint + Flint didn’t even bother to ask the boys about their bathroom routine. (…) But men aren’t stigmatised for taking part in odour generating activities, or socialised to be embarrassed about basic bodily functions in quite the same way.” Ou ainda: “Cleanliness is relative. Human bodies do not disintegrate if they have not been bathed for three days. The truth is that most people do not have the time or energy for an evening grooming routine.”
 
Salto agora de tema, esperando que ninguém, com mentes mais maldosas, faça associações menos próprias. É que esse tema é o do papel dos neandertais na evolução. O texto que me chamou a atenção saiu no El Pais - Los neandertales revientan la ley de Margulis – e o seu ponto de vista é bastante interessante: será que, ao contrário do que sempre assumimos, a nossa espécie, o Homo sapiens, não é afinal a criação mais perfeita da Natureza? O ponto de partida do raciocínio são as descobertas recentes que indicam terem os neandertais capacidade para dividir o trabalho entre os sexos. A conclusão é a seguinte, desafiadora:
Acabamos de saber ahora que los neandertales dividían el trabajo por sexos, unas evidencias que se unen a los indicios de que tenían culturamanejaban símbolos y plantas medicinales y se aparearon con nosotros. Si queremos seguir siendo la cúspide de la creación, vamos a tener que emplear a fondo esos sesos de los que estamos tan orgullosos. No vaya a ser que otra especie venga a ocupar el centro exacto de la cadena del ser, a medio camino entre Dios y la piedra, y nos vaya a robar la ley de Margulis para su uso y disfrute.
 
Novo salto de tema, novo tema inesperado, mas de novo sem nenhuma relação com o anterior: o canibalismo. Aqui a minha refer&e circ;ncia vem da Vox e é 7 surprising facts about cannibalism. Alguns, garanto-vo, são mesmo surpreendentes. Como estes dois:
  • "Cannibalism" was named after people who might not have been cannibals;
  • Cannibalism was practiced in colonial America
 
Bem, deixemos agora estas leituras e passemos a algumas que tratam temas da actualidade ou são, apenas boas histórias. As duas primeiras são do Observador, e chamo a atenção para elas no caso de vos terem passado despercebidas.
 
O primeiro é, de certa forma, uma pedrada no charco. Falo do especial António Lobo Antunes. Ascensã ;o e queda do ‘enfant terrible’ da literatura portuguesa. É que, na imprensa portuguesa e na crítica literária em particular, há muitas vacas sagradas em que não se toca. Não queremos que seja assim no Observador, e este texto sobre Lobo Antunes é disso um excelente exemplo. Não por colocar em causa a sua indiscutível qualidade, mesmo génio, mas por colocar o dedo numa ferida: porque é que deixou de vender? Bem escrito e bem investigado pela Joana Emídio Marques, termina também muito bem, a citar Luiz Pacheco: “Lobo Antunes, e gostaria de estar equivocado, caiu numa espécie de niilismo flamejante. Aura internacional bastante, nenhuma apetência para ficar por cá. Vejam o paradoxo: tínhamos um grande romancista de subúrbio; ficaremos qualquer dia a ler Lobo Antunes em francês ou em sueco…
 
O outro especial é uma história maravilhosa: a do “Pimenteiro Português”, o jóquei que morreu duas vezes (e ressuscitou uma). Investigada e escrita pelo Miguel Pinheiro, leva-nos à descoberta de Ralph Neves, um dos melhores jóqueis de sempre dos Estados Unidos, e explica-nos como ele, graças a uma injecção directa ao coração, saltou da marquesa onde já estava dado como morto, fugiu da morgue, correu pela cidade e tentou saltar para o cavalo de que tinha caído momentos antes.
 
(Sem querer abusar dos especiais do Observador, há mais dois a ter em atenção: um de Marlena Carriço muito útil para quem tem filhos a estudar - Quer ajudar o seu filho a ter sucesso na escola? Faça perguntas concretas. Estas, por exemplo – e outro de Ana Pimentel, André Correia e Hugo Amaral onde se reponde a uma pergunt que muitos de nós por certo se colocaram - Sabe como (e de que) são feitos os hambúrgueres da McDonald’s?)

Deixei propositadamente para o fim quatro sugestões de textos mais ligados a temas que nos têm vindo a preocupar:
  • A alemã Spiegel foi até Aarhus, uma povoação da Dinamarca, para nos revelar uma Community Response: A Danish Answer to R adical Jihad. Uma leitura muito oportuna na semana em que a comunidade islâmica de Copenhaga fez um cordão humano, em nome da paz, rodeando a única sinagoga da cidade, assim se demarcando dos atentados da semana anterior (curioso, e também interessante, é o texto da líder do grupo feminista Femen, Inna Shevchenko, que é ao mesmo tempo um testemunho pessoal de quem estava num dos cafés atacados e uma defesa ardorosa da liberdade de expressão).
  • Um ponto de vista bem diferente, e mais sombrio, é o que resulta da leitura de um longo texto da New York Review of Books onde se recapitula o caso – e as circunstânci as – dos atentados levados a cabo por Anders Breivik, o extremista norueguês que matou dezenas de jovens socialistas num campo de férias. Em Norway: The Two Faces of Extremismreflecte-se sobre um tema preocupante: Right-wing anti-immigration politics and jihadism are mutually reinforcing
  • Continuando a falar de extremismos, a americana The Atlantic tem uma muito interessante investigação e análise sobre uma das preocupações centrais da actualidade: What ISIS Really Wants. Eis como pode ser resumido: “The Islamic State is no mere collection of psychopaths. It is a religious group with carefully considered beliefs, among them that it is a key agent of the coming apocalypse. Here’s what that means for its strategy—and for how to stop it.”
  • Termino com um tema que me diz muito: o crescente fosso entre gerações. O texto para que chamo a atenção é do Financial Times: Disunited Kingdom: No country for young men (desculpem agora uma pequena referência pessoal: há precisamente um ano publiquei, com Helena Matos, um livro que se chamava precisamente “Este país não é para jovens”). Também lá, no Reino Unido, “Those born in the 1940s belonged to a particularly lucky generation. On average they were relatively rich as young adults and remain relatively rich today. Those born in the 1980s and 1990s, however, have missed out on the former experience and have uncertain prospects as they age.”
 
E por hoje é tudo. Espero ter-vos dado variedade e oportunidade para diferentes tipos de leitura. Bom descanso. 

 
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